sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Resenha do Livro: O Teorema Katherine (John Green)

Olá pessoal! Feliz 2015 a todos...
O primeiro post do ano é mais cultural trazendo a dica de um livro pra quem quiser aproveitar e ler nessas férias.

Sinopse:
Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.
Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

Minha Opinião:
Acho que se eu tivesse me deparado com uma história assim há uns 10 anos atrás, quando ainda era adolescente provavelmente eu teria gostado muito, mas hoje, já não me atrai tanto assim.
A ideia em si da história é bem interessante (encontrar uma fórmula matemática que possa prever todos os relacionamentos), mas eu particularmente tenho muita dificuldade de gostar de um livro quando não simpatizo com o protagonista. E foi o que aconteceu com esse. Colin é um sujeito super inteligente, mas sem o menor bom senso para relacionamentos humanos. Super egocêntrico, quase autista, tamanha sua dificuldade de comunicação com outras pessoas.
O seu melhor amigo Hassam faz o clichê do típico gordinho engraçado e preguiçoso (meio óbvio) e a Lindsey é legalzinha, mas a sua caipirice me cansava um pouco.
Aliás, a história se passar no interior também não me ajudou muito, já que eu não curto ambientes rurais.
Apesar do autor querer trazer um fundo moral pra sua história (de cada pessoa acreditar em si mesmo, se valorizar do jeito que é sem fingimentos e compartilhar suas histórias e experiências de vida pra próxima geração), ele deixa várias pontas soltas ao longo do enredo.
SPOILLER:
Por exemplo, ao final do livro, o trio Colin, Lindsey e Hassam seguem de carro sem rumo em busca da liberdade...
E eu fiquei me perguntando:
O moleque nerd super protegido pelos pais simplesmente resolveu um belo dia que não ia dar mais satisfações pra eles?
Ele não quis mais voltar pra sua casa em Chicago e resolveu viver no interior? 
O adolescente metido a gênio que vivia pegando no pé do amigo pra ir pra faculdade resolveu que também ia virar vagabundo profissional e não quis mais estudar nem trabalhar?
Eu sei que a história terminou ainda no período das férias de verão, mas senti falta dessas explicações.
Senti falta de algum desfecho para os amigos de Lindsey: Katrina e OOC.
Senti falta de um desfecho pra Hollis, mãe de Lindsey e sua fábrica em crise.
Outra coisa que me irritou um pouco ao longo do livro foram as excessivas notas de rodapé. Confesso que chegou uma hora que eu nem lia mais. As notas por vezes traziam várias informações confusas e às vezes até desconexas com o assunto da página tirando o foco central da leitura. Achei essa uma péssima estratégia do autor. Aliás, a estratégia em si é até boa, mas foi muito mal utilizada, na minha opinião.
Em resumo, a leitura do livro é simples, leve, flui bem, tem um fundo de moral bonitinho pra adolescentes, mas mesmo assim é meio bobo, até um pouco confuso, um pouco nerd demais pro meu gosto.
Sinceramente, acho mesmo que é um "livro modinha" (me perdoe quem gosta).
O livro não é ruim, diria que é um daqueles pra fazer adolescente gostar de ler. Mas não é um grande livro, simplesmente, mas também acho que o autor não teve tamanha pretensão.
Recomendo para pessoas entre seus 11 e 19 anos, fase de vários questionamentos na vida em que se busca uma identidade. Acho que pra quem é mais velho não tem muito a acrescentar...
Nota: 7

 

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